domingo, 28 de outubro de 2007

Os Últimos Dias: Solidão e Produção

Com a morte de Clemente VII em 1534, Michelangelo - odiado pelo Duque Alexandre de Medici -- abandona mais uma vez Florença. Agora, porém, seu exilio em Roma será definitivo. Nunca mais seus olhos contemplarão a cidade que tanto amou. Vinte e um anos haviam passado desde sua última estada em Roma: nesse periado, produzira três estátuas do monumento inacabado de Júlio II, sete estátuas inacabadas do monumento inacabado dos Médici, a fachada inacabada da lgreja de São Lourenço, o Cristo inacabado da lgreja de Santa Maria della Minerva e um Apolo inacabado para Baccio Valori. Nesses vinte e um anos, perdeu a saúde, a energia, a fé na arte e na pátria. Nada parecia mantê-lo vivo: nem a criação, nem a ambição, nem a esperança. Michelangelo tem 60 anos e um desejo: morrer. Roma, entretanto, lhe trará novo alento: a amizade com Tommaso dei Cavalieri e com a Marquesa Vittoria Colonna, afastando-o do tormento e da solidão, permite-lhe aceitar a oferta de Paulo III, que o nomeia arquiteto-chefe, escultor e pintor do palácio apostólico. De 1536 a 1541, Michelangelo pinta os afrescos do Juízo Universal na Capela Sistina. Nada melhor que suas próprias idéias sobre pintura para definir essa obra e o homem que a criou: "A boa pintura aproxima-se de Deus e une-se a Ele... Não é mais do que uma cópia das suas perfeições, uma sombra do seu pincel, sua música, sua melodia... Por isso não basta que o pintor seja um grande e hábil mestre de seu oficio. Penso ser mais importante a pureza e a santidade de sua vida, tanto quanto possível, a fim de que o Espírito Santo guie seus pensamentos..." Terminados os afrescos da Sistina, Michelangelo crê enfim poder acabar o monumento de Júlio II. Mas o papa, insaciável, exige que o ancião de 70 anos pinte os afrescos da Capela Paulina - A Crucfliurão de São Pedro e A Conversão de São Paulo). Concluídos em 1550, foram suas últimas pinturas. Durante todo esse tempo, os herdeiros do Papa Júlio II não cessararn de perseguir o artista pelo não cumprimento dos vários contratos por ele assinados para o término da obra. O quinto contrato seria cumprido. Em janeiro de 1545, inaugurava-se o monumento. O que restara da plano primitivo? Apenas o Moisés, no inicio um detalhe do projeto, agora o centro do monumento executado. Mas Michelangelo estava livre do pesadelo de toda a sua vida.


Tumba da Família Médici


Os últimos anos do mestre ainda foram fecundos, embora numa atividade diferente: a arquitetura. Dedicou-se ao projeto de São Pedro, tarefa que lhe custou exaustivos esforços devido às intrigas que lhe tramaram seus acirrados inimigos. Projetou também o Capitólio - onde se reúne o Senado italiano - e a Igreja de São João dos Florentinos
(cujos planos se perderam). Ainda encontra energias para esculpir. Renegando cada vez mais o mundo, Michelangelo busca uma união mística com o Cristo. Sua criação, como a de Botticelli no final da vida, é toda voltada para as cenas da Paixão. De pé, aos 88 anos de idade, ele elabora penosa e amorosamente uma Pietá, até que a doença o acorrente em definitivo ao leito, onde - com absoluta lucidez - dita um testamento comovente, pedindo "regressar pelo menos já morto" à sua adorada e inesquecível Florença, doando sua alma a Deus e seu corpo á terra. O seu gênio, ele já o tinha legado á humanidade.

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Postado pelos ALunos:

Dieine Cristina Nº: 08
Saulo Lima Nº: 19
Tailane Cristina Nº: 21

Turma: 1002

Um comentário:

Lúcia Helena da Silva Joviano disse...

Olá!! ficou muito bom o trabalho. Bj